Cetamina e Depressão Refratária: Uma Nova Esperança para Quem Sofre
- Rochelle Marquetto
- Jun 4
- 2 min read
A depressão é uma das condições psiquiátricas mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas e impactando profundamente a qualidade de vida. Embora existam diversos tratamentos disponíveis — como antidepressivos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida — cerca de 30% dos pacientes não respondem de maneira satisfatória aos métodos tradicionais. É aí que entra um novo aliado: a cetamina.
O Que é Depressão Refratária?
Depressão refratária (ou resistente) é o termo usado para descrever casos em que o paciente não apresenta melhora significativa após tentativas adequadas com pelo menos dois antidepressivos diferentes em dose e tempo corretos.
Pessoas com depressão refratária costumam enfrentar:
Sintomas persistentes e incapacitantes;
Risco aumentado de suicídio;
Impacto significativo nas relações pessoais e profissionais;
Sentimento de desesperança diante das opções de tratamento limitadas.

O Que é a Cetamina?
A cetamina é uma substância inicialmente desenvolvida como anestésico na década de 1960. No entanto, descobertas mais recentes revelaram seu potente efeito antidepressivo, especialmente em pessoas com depressão refratária.
Ao contrário dos antidepressivos tradicionais, que atuam principalmente na serotonina, a cetamina age em outra via neuroquímica: o sistema glutamatérgico, modulando os receptores NMDA. Essa ação é capaz de promover uma rápida sinaptogênese — ou seja, a formação de novas conexões neurais — um fator essencial para a recuperação da função cerebral.
Como a Cetamina é Administrada?
Existem duas principais formas clínicas de administração da cetamina para depressão:
Infusão intravenosa (IV): realizada em ambiente controlado, com dose ajustada conforme o peso corporal e monitoramento contínuo.
Spray intranasal (Esketamina): aprovado por agências regulatórias como a FDA e a Anvisa, sendo uma opção prática e segura para alguns perfis de pacientes.
O tratamento geralmente ocorre em múltiplas sessões, e a resposta pode ser observada, em alguns casos, nas primeiras 24 a 48 horas.
Quais São os Benefícios da Cetamina no Tratamento da Depressão Refratária?
Resposta rápida: ideal para pacientes com risco elevado de suicídio.
Melhora do humor, energia e motivação em um curto espaço de tempo.
Ação em diferentes vias neurobiológicas da depressão.
Redução da necessidade de múltiplas medicações.
Além disso, a cetamina tem sido estudada para outros transtornos psiquiátricos, como transtorno bipolar, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e ansiedade resistente.
Existem Riscos e Efeitos Colaterais?
Como todo tratamento, a cetamina não é isenta de efeitos colaterais. Os mais comuns incluem:
Sensação de dissociação ou desconexão da realidade;
Náuseas e tontura;
Aumento transitório da pressão arterial;
Sensação de euforia ou confusão mental.
Por isso, a administração deve ser feita sempre com acompanhamento médico especializado e em ambiente controlado.
Para Quem a Cetamina é Indicada?
A cetamina pode ser uma opção viável para pacientes que:
Não responderam a pelo menos dois antidepressivos;
Estão sob risco elevado de suicídio;
Apresentam quadros graves e incapacitantes de depressão.
Cada caso deve ser cuidadosamente avaliado por um psiquiatra especializado, considerando histórico clínico, comorbidades e expectativas de tratamento.
Considerações Finais
A cetamina representa uma nova fronteira na psiquiatria moderna, oferecendo esperança para quem já tentou de tudo sem sucesso. Com avanços nas pesquisas e protocolos de segurança cada vez mais refinados, seu uso no tratamento da depressão refratária tende a crescer e transformar a vida de muitas pessoas.
Se você ou alguém que conhece está enfrentando sintomas de depressão resistente ao tratamento, procure orientação médica. Novas alternativas podem fazer a diferença.
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